quinta-feira, 25 de março de 2010

Cortinas brancas

Cortinas essas, que em valsa com o vento, cubram e descubram pedaços ínfimos da minha mente.
Inteiramente nua, permanentemente nua. Escondendo-me em roupas diversas, e através dessas, procurando mostrar um pouco de mim.
Oculto-me na dificuldade de cobrir.
Enfim levanto: de branco, um vento me raspa por detrás das orelhas, e em um repente derrapo em cortinas. Caio presa em versos brancos e panos insuficientes.

quinta-feira, 4 de março de 2010

Retina retida

Ando menos fora e mais
dentro
fora d'água
menos
mergulhada.
Mais na raiz e menos
nos galhos, folhas, flores.
MAIS adentrando a janela.

(Emoções, mudanças, relacionamentos: mais pupila, menos retina)

MENOS impulsos - flores, folhas, galhos - lançados pela janela.
Inerte, absorvo mais e libero menos
energia, suor - molhada até o pescoço decido permanecer. Até que a água seja
menos flores e mais raízes, até que a retina reflita mais luz do que a pupila arda.