terça-feira, 23 de outubro de 2012

Troncos

POR DENTRO

Acumulam-se cores negras-avermelhadas
despejo água fria pela cabeça.

A consciência em contato com tudo que foge ao meu corpo
culmina em vapores também fugidios,
que do interno líquido originam-se.

Da adoração nauseada desse movimento espesso e frenético
que por dentro me corrói
um buraco se faz.

Fértil, negro, vermelho

Sinto-me então, terra.


POR FORA

E dessa terra, raízes pontiagudas atingem-me
Resgatando em mim algo como água, algo como fresco, algo como vivo.

Emerge então do meu tronco, um segundo tronco,
que em meu corpo deitado
Cresce vertical.

Cresce devastando, superando temperaturas internas, cresce vivo, desenfreado
E no chão, substância negra-vermelha-líquida
Contorna-me.
Uvas luziam em um vermelho púrpura sob o céu de outubro
que emanava energia da mesma cor.

O céu dourou-se no crepúsculo invernal
cada folha de cada galho de cada árvore da cidade luziram verdes e fluoresceram.

Imersa em luzes

Adapto-me
a vários corpos
que em todos eles sou.

22/08/2012

Despedaça-me

Junto às folhas, caindo sob o vento de agosto
Despencava qualquer certeza sobre qualquer parte de mim que eu pensava ter.

Dias em que o cigarro rasga e queima todas decepções ansiedades medos contentamentos.

Sob esse céu metade azul metade tempestuoso,
Transporto-me para a profunda tristeza e em seguida
arrepio, trago outro e espero.

Em simbiose com o vento e as folhas,
Vôo, volto.

segunda-feira, 27 de agosto de 2012


O céu dourou-se no crepúsculo invernal
E as folhas, e os galhos, e as árvores da cidade luziram vermelho púrpura.
Imersa em luzes,

floresço

em vários corpos
que em todos eles sou.

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Vôo Invernal

Junto às folhas caindo sob o vento de agosto
Caía qualquer certeza sobre qualquer parte de mim que eu pensava ter.

Dias em que o cigarro rasga e queima todas decepções ansiedades medos contentamentos

Sob esse céu metade azul metade tempestuoso
Transporto-me para a minha mais profunda tristeza e em seguida
arrepio, trago outro e espero

Em simbiose com o vento e as folhas
Vôo, volto.

sábado, 26 de novembro de 2011

Traços finos e precisos
Consciência grossa, imprecisa

sábado, 2 de julho de 2011

A língua queimada de sabores inusitados
Os ombros cansados, e o sol ainda assa minhas pálpebras.

Sensitiva, percebo a brisa movimentar substâncias disformes aqui dentro.