terça-feira, 23 de outubro de 2012

Troncos

POR DENTRO

Acumulam-se cores negras-avermelhadas
despejo água fria pela cabeça.

A consciência em contato com tudo que foge ao meu corpo
culmina em vapores também fugidios,
que do interno líquido originam-se.

Da adoração nauseada desse movimento espesso e frenético
que por dentro me corrói
um buraco se faz.

Fértil, negro, vermelho

Sinto-me então, terra.


POR FORA

E dessa terra, raízes pontiagudas atingem-me
Resgatando em mim algo como água, algo como fresco, algo como vivo.

Emerge então do meu tronco, um segundo tronco,
que em meu corpo deitado
Cresce vertical.

Cresce devastando, superando temperaturas internas, cresce vivo, desenfreado
E no chão, substância negra-vermelha-líquida
Contorna-me.

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