domingo, 11 de abril de 2010

Mosquitos cromados

Essa noite só sonhei com quem eu amo.
As borboletas cintilam douradas lá fora
pelo dia que está lindo, pelos muros vazios.

Azulejos de cemitério me aconchegam, e me transportam:
estou indo pra um lugar menor
melhor.

Minha vida está entre paredes novas e borboletas vazias que
douram,
gratinadas pelo sol.

Mosquitos sobem em minha janela putrefando corpos esquecidos.

Os sonhos que tanto amei
vazios, cromados
embaixo;
ferrugem,
acima fuligem dispersa.

Sobre o asfalto, movimento. Abaixo, terra esquecida
vermelha, bruta, pura
Sob o céu azul-celeste, sonhos novos que
assustadamente, amo-os.

Respiro cerrando as pálpebras para que as borboletas pousem em minha cabeça, larguem
minha barriga e fervam em cada poro, corroendo e abrindo espaço para quadros, tintas e amor bruto, vermelho, escorrido.

2 comentários:

  1. belos e apodrecidos mosquitos

    ferroando as cortinas do amanhã

    ermos e quedos

    pasmam ante à tua flor de melancolia.

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  2. tú eres para mí uno de mis polos..

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