sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Propensa

Na curva do meu ombro não há ninguém descansando.
Forçado encontro
Comigo

Atravesso dias como quem desvia de uma poça e pisa noutra.
Desvio
Deparo
Camuflo-me como quem desvia de uma poça e pisa noutra.
(forçado encontro)

Desenvolvo diálogos, na pretensão de afastar-me.
Percebo-me, então
Seduzida por minhas próprias palavras diminutas
E pela – proposital - falta de pontuação.

Mas.
À noite,
A camuflagem não me satisfaz.
Não encontro poças para evitar
Nem diálogos convincentes.

Mergulho, então, nua
Revelada
Sem forças para fugas
Lentamente, intensos vínculos diluem minha solidez.

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