Percebi-me assimétrica, sendo um lado do meu corpo o oposto do outro. Como se uma linha vertical cortasse-o.
ESQUERDO: Ouvia alguma música cósmica. Minha mão, extremamente gelada, em um dia exacerbadamente quente.
DIREITO: Ouvido destampado - escutava o barulho urbano, e a mão – que segurava o cigarro, encontrava-se superaquecida.
O céu retinha bolas de algodão, e quando alguma dessas bolas era varrida pelo vento, descobria-se, então, o calor desumano, desvairado e fúlgido. Enquanto na sombra, deliciosamente, o vento aureolava-me.
Foi então – entre calores febris e auréolas -, que a mão gelada tocou na outra, que estava quente. No instante do contato completo, foi como se instaurado o concerto Primavera (Vivaldi), trocassem bruscamente para a 6ª sinfonia - a trágica - de Mahler.
As diferenças de temperatura, os tecidos, a proximidade, retirando e recebendo calor. Achei-me atônita e arrepiada: o ilustre encontro entre mãos. Ambas minhas, entretanto, estranha uma à outra.
As diferenças de temperatura, os tecidos, a proximidade, retirando e recebendo calor. Achei-me atônita e arrepiada: o ilustre encontro entre mãos. Ambas minhas, entretanto, estranha uma à outra.
pela visão reichiana, lado esquerdo é mãe, lado direito é pai dentro de nós. Troca na altura dos olhos, olho esquerdo pai, olho direito mãe.
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